Chocolate bean-to-bar: a sua empresa está pronta para essa nova tendência?

Os chocolates bean-to-bar chegaram ao Brasil para ficar. Esse novo tipo de produto, feito de maneira mais artesanal, vem conquistando mais e mais consumidores ao longo do país e a indústria do chocolate está respondendo a demanda. O que isso significa?
Para entender melhor esse conceito, vamos primeiro aprender um pouco mais sobre a história do chocolate!
História do chocolate
Acredita-se que o chocolate surgiu aproximadamente em 1500 a.C. no México. Apesar de utilizarmos esse termo para descrevê-lo, o produto que era consumido nesta época era extremamente diferente do que é produzido atualmente.
Originalmente, era uma bebida amarga misturada com outros ingredientes, também usada como remédio. Você pode entender um pouco mais sobre as origens desse produto aqui.
Desde então, o chocolate passou por uma transformação, aos poucos, que o deixou como o conhecemos hoje em dia. Isso o tornou muito popular em quase todos os cantos do mundo e, no Brasil, essa tendência não foi diferente. De acordo com a ABICAB, em 2019, 75% da população brasileira afirmou consumir chocolate, sendo que 35% disse que não o trocaria por nenhum outro alimento.
Com o passar do tempo, as indústrias foram produzindo as barras de chocolate de forma cada vez mais padronizada, repletas de produtos como conservantes, corantes e aromatizantes, algo que não somente é desagradável para o consumidor, mas também tira o verdadeiro sabor do cacau.
Além disso, o aumento da demanda de produção provocou indústrias cada vez maiores, com mais maquinários, o que aumentou o número de dejetos descartados no meio ambiente.
Isso tudo convergiu no surgimento de uma nova tendência no mundo do cacau: o chocolate bean-to-bar.
O que é bean-to-bar?
Surgindo para atingir o público cansado das barras tradicionais, esse novo conceito tem como principal objetivo a produção artesanal do chocolate, através de uma cuidadosa seleção dos ingredientes.
Ao pé da letra, a expressão é traduzida como “do grão para a barra”. Isso faz referência direta ao modo como o cacau é processado, partindo desde sua forma em grão até as barras artesanais que vemos no mercado.
Em comparação com as barras de chocolate processadas, as do bean-to-bar possuem um teor de cacau muito maior e, devido a isso, são mais naturais para o consumidor.
Na teoria não parece muita coisa, mas na prática existe uma grande diferença.
Uma das etapas mais importantes da produção de chocolate consiste em processar o grão de cacau e transformá-lo numa pasta marrom, densa e amarga. Contudo, as grandes indústrias não fazem assim. Por quê?
Porque é um processo lento e trabalhoso. Logo, as grandes indústrias optam pelo caminho mais tradicional, que é comprar uma massa de cacau pronta, derretê-la e chamá-la de chocolate. Dessa forma elas gastam menos dinheiro e conseguem vender toneladas de seu produto.
Para pessoas que estavam cansadas do chocolate tradicional e também mais conscientes para com o meio ambiente, o chocolate bean-to-bar veio para preencher esse nicho. Assim, em 2005, nos EUA, foi surgindo esse novo alimento que utiliza mais cacau e menos açúcares e gorduras.
Outro ponto positivo é que os produtores passaram a acompanhar todo o processo do cacau, inclusive sua plantação e colheita. Assim, eles começaram a selecionar somente os agricultores que produziam os melhores grãos, de maneira mais ecológica. Alguns deles, inclusive, passaram a fazer o cultivo do cacau em suas próprias casas, movimento conhecido como tree-to-bar.
No Brasil
Tudo isso foi se somando para resultar no que hoje conhecemos como o chocolate bean-to-bar, uma onda que começou há algum tempo e recentemente invadiu o território brasileiro com seu sabor inovador. E não havia lugar melhor para essa tendência se adaptar.
Rapidamente ela foi se espalhando por todos os lugares, visto que essa era justamente a solução para o problema do chocolate no país.
Apesar do cacau se adaptar bem em solo brasileiro, o chocolate produzido aqui sofre com os seguintes problemas: gosto padronizado e sem sabor, produção inconsciente, plantações agressivas ao meio ambiente e má qualidade dos ingredientes. O bean-to-bar anula todos esses pontos negativos e ainda segue uma tendência da gourmetização desse mercado.
Processo de Fabricação do chocolate
A produção do chocolate bean-to-bar consiste em algumas etapas de fabricação, começando com a análise dos agricultores disponíveis para o fornecimento do cacau. Depois, na indústria, uma sequência de processos acontece para transformar a semente do cacau nas barras que conhecemos, como a torra das sementes, a separação das cascas, o refino, e então a modelagem nas formas e o resfriamento. Após tudo isso, o chocolate é embalado e pronto para o transporte (ou consumo).
Conclusão
Assim, conseguimos entender como o bean-to-bar é produzido e por que é uma tendência inovadora no Brasil. Tudo indica que sua popularidade só tende a crescer no futuro, trazendo cada vez mais produtos saudáveis ao público brasileiro.